Teoria da imagem mai
Artigo: Teorias da imagem
Os modos pelos quais a imagem se reporta ao mundo e os tipos de relações que com ele estabelece propiciaram que ao longo dos tempos se traçassem diferentes teorias da imagem, ou seja, diferentes conhecimentos, saberes e crenças que contribuíram para a compreensão tanto da imagem como dos planos culturais em que foi sendo acolhida. Estas teorias fundaram-se desde cedo em torno de debates sobre a natureza da imagem, as suas condições de uso e o seu valor cultural. Embora ancestrais, eles vieram fixar expectativas que ainda hoje são endereçadas às imagens, nomeadamente no que respeita ao seu contributo para a Verdade, para o Bem e para a Educação. O pensamento grego começou por descrever o funcionamento da imagem através do conceito de imitação (mimesis), ou seja, como um acto produtivo que procedia por relações de semelhança com um mundo ideal ou com o mundo natural. É precisamente nesta distinção dos tipos de semelhança ou de imitação (dos objectos reais ou das ideias) que se erguem os primeiros critérios de valorização e de hierarquização das imagens. Platão, no livro X da República, reconhece que as boas imagens são todas aquelas que se dedicam à imitação das ideias e não do mundo natural (ou sensível). Por esta razão é compreensível que um dos primeiros planos pelos quais a imagem se fez pensar tenha sido no quadro de uma Metafísica. Desde cedo o pensamento grego descreveu o funcionamento da imagem como a face visível de uma realidade invisível, o desdobramento e a manifestação visível de uma Ideia. O termo eikon surge precisamente para designar a imagem na sua relação com as ideias, as formas, os arquétipos, ou seja, com todo um mundo supra-sensível cuja essência é da ordem do invisível. São as imagens que tornam esse mundo (ideal) «contemplável», «visível», na medida em que participam da sua substância (são-lhe consubstanciais). A tradição judaico-cristã veio prolongar e intensificar esta economia