teoria da historia
A NECESSIDADE DA HISTÓRIA
Pedro Spinola Pereira Caldas*
Universidade Federal de Uberlândia (UFU) pedro.caldas@gmail.com Poucos campos da ciência histórica permanecem com fronteiras tão livres e francas quanto a teoria da história. Eu disse teoria da história? Alguns a lêem como historiografia, como debate historiográfico, outros tantos como metodologia. E isto se reflete na prática diária do ofício do historiador, quando, por vezes, a definição do que é teoria fica um tanto capenga. Em certo sentido, é evidente que cada historiador precisa, sem adiamentos ou postergações, pensar no que faz.
Mas não é curioso que algo que deveria ser um imperativo – pensar no que se faz – permaneça sendo algo indefinido, imaturo, precário? Ora, ninguém duvida, dentro da filosofia, da existência de uma área denominada epistemologia, ou de uma outra classificada como estética. Os filósofos, sistemáticos e hierárquicos por natureza de ofício, reconhecem-lhes as obras clássicas, permitindo o ultrapasse destas fronteiras, sabendo que recebem em suas casas uma nobre visita. E pouco mais do que isso.
Já da teoria da história não se pode falar o mesmo. E quem o diz não é este obscuro escriba, mas sim Jörn Rüsen, que por décadas vem pensando o que significa... pensar historicamente, viver historicamente, expressar-se historicamente. Tudo pode ser jogado nesta imensa panela chamada “teoria”: metodologia, filosofia da história, epistemologia, hermenêutica, teoria da ideologia, sociologia e história da ciência, e o
*
Professor adjunto do Instituto de História da Universidade Federal de Uberlândia e professor-integrante do Núcleo de Estudos em História Social da Arte e da Cultura – NEHAC.
Fênix – Revista de História e Estudos Culturais
Abril/ Maio/ Junho de 2006 Vol. 3 Ano III nº 2
ISSN: 1807-6971
Disponível em: www.revistafenix.pro.br
2
debate interdisciplinar entre as disciplinas que compreendem tais