TEORIA DA ESTRUTURAÇÃO, RECURSOS ALOCATIVOS E MEIO AMBIENTE
Vários estudos já foram realizados com o intuito de examinar a validade das idéias de Giddens contidas em sua teoria da estruturação e sintetizadas em seu livro A Constituição da Sociedade. Não é o nosso objetivo repassá-las inteiramente aqui. Teoria da estruturação deveria ser vista como uma "grande teoria" no sentido de tentar responder a uma série de questões com as quais a teoria social invariavelmente se defronta (agência/estrutura, teoria e prática, etc), mas ela não deveria ser vista como uma "grande teoria", se virmos isso como sinônimo de uma interpretação geral da época presente. A teoria da estruturação não se presta a este último objetivo. Giddens considera sua teoria da estruturação como uma teoria ontológica do mundo social. Ela não se concentra em questões propriamente epistemológicas, mas se debruça sobre a natureza ontológica do mundo social (GIDDENS, 1989: XVI)
Muitos poderiam ver na teoria da estruturação o sinal de um regresso na avaliação sociológica sobre a relação entre sociedade e meio ambiente. Isso porque ela parece se alicerçar ainda numa separação ontológica entre o mundo social e natural. Em alguns de seus textos, Giddens afirma que há uma necessidade de separar "natureza" e "sociedade" enquanto domínios distintos da realidade. Tal distinção é, para ele, justificável, e validaria uma separação entre ciências sociais e naturais. Na introdução da primeira edição de Novas Regras do Método Sociológico ele tece o seguinte argumento:
"A diferença entre sociedade e natureza reside no facto de a segunda não ser um produto humano, não ser criada pela acção humana. Enquanto entidade pluripessoal, a sociedade é criada e recriada constantemente, se não ex nihilo, pelos participantes em cada um dos encontros sociais. A produção da sociedade é uma realização engenhosa, sustentada e por seres humanos". (1996a: 29)
A sociedade só se torna possível porque cada agente humano é, como ele