Teoria crítica: mário wolf
“- Eu ouvi falar em crescimento, progresso? Finalmente uma comunidade próspera?
- Sim, doutor Arnaldo, mas não há cultura, não há cinema. Para ver uma boa fita, só aqui mesmo, na capital.” Trecho do folhetim Engraçadinha de Nelson Rodrigues
A teoria crítica surgiu em 1923, desenvolvida pelo instituto de pesquisa social de Frankfort, mas seu marco histórico aconteceu vinte e quatro anos depois, quando Theodor Adorno e Max Horkheimer realizaram um estudo intitulado: Dialética do Iluminismo.
Quatro anos antes desse marco, em 1942, Adorno e Horkheimer vão para os EUA em decorrência da ocupação nazista, e ficam impressionados com a necessidade de consumo e com a relação da cultura com o consumo. A partir dessa experiência, foi desenvolvida a teoria crítica, que fez uma série de afirmações equivocadas, porém, contribuiu imensamente para a compreensão do processo da indústria cultural, que continua presente, de forma cada vez mais forte nos dias atuais.
O conceito de indústria cultural foi definido pelos teóricos críticos e reconhece a cultura como um bem de consumo, imposto à sociedade como qualquer outro produto, se tornando também uma forma de alienação. Essa foi a maior contribuição da teoria para os estudos em comunicação. A partir daí, podemos descobrir que a cultura de massa é produzida pela indústria cultural, que produz o que seria arte em escala, ou seja, deixando de produzir arte para produzir mercadoria cultural.
Por outro lado, a teoria crítica é tão extrema e radical, que classifica todo e qualquer receptor comum como completamente passivo e incapaz de julgar a qualidade do produto cultural. Para os teóricos críticos, o indivíduo só poderia julgar a qualidade da música, do teatro, ou de qualquer manifestação cultural, se ele tiver estudo formal sobre a mesma, o que sabemos ser um grande equívoco, visto que é