Teoria Carl Rogers
Joana Tolentino
Pós-graduanda e licencianda de Filosofia (UFRJ)
Paulo Mendes Taddei
Graduando da licenciatura de Filosofia (UFRJ)
Consequências e reflexões para a educação
A partir das reflexões psicológicas desenvolvidas por Rogers, o próprio psicólogo pode traçar um paralelo entre as suas perscrutações sobre a pessoa, a liberdade e o tornar-se o que se é, e a prática educativa. Isso se deve ao fato de suas propostas no âmbito da psicologia terem significado uma profunda mudança de paradigma: não mais a padronização e a universalização dos comportamentos, e sim a singularização no respeito às diferenças. Ora, se a educação é o que forma o homem, algo que efetivamente transcende a sala de aula e o meio escolar e que, na verdade, se inicia desde a relação primeva com a mãe no ventre materno, nada mais indispensável do que inserir esse novo paradigma como orientador dos modelos para a prática educativa. Mas como inserir em modelos algo que não pode ser padronizado e modelado? Como inserir a liberdade em um modelo metodológico? Somente Rogers poderia ousar realizar efetivamente essa transposição - algo que faz primeiramente com maestria em seu livro Liberdade para aprender.
"Ensinar, a meu ver, é função exageradamente valorizada" (ROGERS, 1973, p. 103). Com essa frase bombástica, o autor mostrará que, na sua visão, ensinar - que, no significado dicionarizado, é instruir, fazer saber, guiar, dirigir, transmitir conhecimento - só faria sentido em um mundo estático bastante diferente daquele em que vivemos. Para ele, a palavra central da educação seria a aprendizagem: o aluno aprendendo a aprender, e o professor como facilitador dessa aprendizagem, que é sempre singular e livre. Ninguém aprende coisas pelas quais não tem interesse. Essa palavra é crucial desde os gregos: inter-esse, ou seja, estar dentro disso ou na direção do "isso" que se almeja. Querer, desejar, buscar, percorrer o caminho e saber que não há um ponto final é o modo