A CRUZ E A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE Érico T. Xavier, D. Min, Pastor adventista em Santa Catarina,Brasil A chamada “Teologia da Prosperidade”, propagada hoje no Brasil por alguns segmentos evangélicos (especialmente pela Igreja Universal do Reino de Deus e pela Igreja Internacional da Graça), tem enfatizado que seguir a Jesus é automaticamente candidatar-se a uma vida de sucesso financeiro, de projeção social e quase imunidade a qualquer tipo de sofrimento. Cristão que vive sofrendo é porque não está bem espiritualmente: ou está em pecado ou não tem fé. Crente não deve ser pobre, nem doente. Pobreza e doença são marcas de pessoas dominadas pelo poder do diabo. Diante de tais ensinos uma inevitável questão é: que lugar existe para a mensagem da cruz neste modelo de cristianismo? Ou ainda, será que os mártires do cristianismo primitivo, caso vivessem em nossos dias, seriam aceitos como membros destas igrejas que propagam a teologia da prosperidade? Deixemos que a história e a Bíblia nos falem. 1 – O TESTEMUNHO DA HISTÓRIA Vejamos primeiramente alguns exemplos de sofrimentos e martírios envolvendo aqueles que fizeram parte dos doze discípulos chamados por Jesus (Marcos 3: 13-19). Os Doze • André: após a morte e ressurreição de Jesus, foi pregar o evangelho na região do Mar Negro (hoje parte da Rússia); depois, segundo a tradição, pregou na Grécia, em Acaia, onde foi martirizado numa cruz em forma de “X”. Daí, este instrumento de tortura ter ficado conhecido como “cruz de Santo André” • Bartolomeu: pregou inicialmente na Arábia, depois Etiópia, e por fim, ao lado de Tomé, atuou como missionário na Índia, onde foi martirizado. • Filipe: atribui-se a este apóstolo a fundação da igreja de Bizâncio, cidade mais tarde conhecida como Constantinopla. Posteriormente, pregou o evangelho na Ásia Menor, na região de Hierápolis, onde convertera-se a mulher de um cônsul romano