Teologia - mitos
É tarefa relativamente fácil imaginar como foi o quotidiano dos primeiros homens: antes que dominasse a tecnologia de agricultura (mesmo que forma rudimentar), a terra se mostrava inóspita e pouco propensa a fornecer o quanto necessário à sobrevivência humana; por carecerem de explicações plausíveis, as forças da natureza (trovões, chuvas, p.ex) causavam-lhes verdadeiro terror; a morte (realidade natural), envolta em mistérios; tudo contribuindo para a criação de uma atmosfera ‘mágica’ onde o desconhecido travestia-se de ‘divino’.
Atendendo à necessidade de fornecimento de explicações a tais fenômenos, o animal humano criou uma série de ‘mitos’ e assim foi com todas as civilizações existentes; todos os agrupamentos humanos, de uma forma ou outra, criaram mitos que explicavam tanto os fenômenos naturais quanto a criação do homem.
Uma sumária análise de tais mitologias proporciona ao leitor a percepção da existência de elementos similares (de ‘mitos’) nos mais díspares ou distantes grupos humanos.
A exemplo citamos:
a) o mito da criação do homem pelo barro, por uma força divina – ao contrário do que muitos crêem, tal concepção não é exclusiva da mitologia hebraico/cristã[1], podemos encontrá-la, exemplo, na mitologia de um povo africano denominado iorubà[2], bem como na mitologia grega. Enquanto o deus hebraico Yaveh teria criado o homem da terra, o deus ioruba Oxalá teria criado o homem do barro, mesmo tipo de criação que teria sido efetuada pelos deuses na mitologia grega.[3].
Fig. 1 – Deus iorubà “Oxalá”
Fig. 2 – A criação do homem
Michelângelo, Capela Sistina
b) o mito do dilúvio (impossível de ter ocorrido*), tanto na mitologia hebraica (deus Yaveh) quanto na inca (o deus inca Viracocha teria ordenado aos homens que vivessem em paz/ordem/respeito,