Tentando entender uma análise sistêmica do terrorismo internacional
Uma Análise Sistêmica do Terrorismo Internacional por Fritjof Capra
(tradução Aurélio L. Andrade)
5 de outubro de 2001
Fritjof Capra (www.fritjofcapra.net) , físico, teórico de sistemas, e autor best-seller, é diretor e fundador do Centro para Alfabetização Ecológica (www.ecoliteracy.org) dedicado à educação voltada à sustentabilidade.
Os horríveis ataques terroristas contra os Estados Unidos no dia 11 de setembro marcam o fim de uma era - o fim de mais de 200 anos de invulnerabilidade em nosso continente. Temos observado a retórica fundamentalista falando de um ataque ao coração da América durante anos, mas sempre as consideramos ameaças vazias. Nós não reconhecemos o aparecimento de uma nova arma no palco internacional contra a qual somos indefesos - homens-bombas suicidas desesperados.1 Esta nova forma de terrorismo internacional expõe a falácia perigosa da existência de um escudo protetor nacional contra mísseis. A defesa contra mísseis é totalmente inútil diante de terroristas que conseguem transformar aviões comerciais em mísseis e seus tanques de combustível em bombas com ajuda de simples facas de corte. Uma perspectiva sistêmica
Não há formas simples de defesa contra terrorismo internacional, na medida em que nós vivemos em um mundo complexo e globalmente interconectado, no qual
1 Ver Robert Fisk, “The Awesome Cruelty of a Doomed People,” The Independent, 12 de Setembro de
2001.
cadeias lineares de causa-e-efeito não existem. Para entender este mundo, nós precisamos pensar sistemicamente - em termos de relações, conexões e contexto.
Entender o terrorismo internacional em uma perspectiva sistêmica significa compreender que sua natureza íntima deriva de umas séries de problemas políticos, econômicos e tecnológicos que estão todos interconectados. Este terrorismo não é
"sem sentido", e não é dirigido contra nossa "liberdade e democracia", como nosso governo quer que acreditemos.
O terrorismo é sempre uma arma