Tensões residuais são as tensões elásticas presentes em um corpo (estrutura ou componente mecânico) na ausência de carregamentos externos e/ou gradientes de temperatura (Lu, 1996). As tensões residuais macroscópicas estão em equilíbrio para o corpo como um todo (Grant, 2002; Kockelmann, 1993). Estas têm suas principais causas nos processos de manufatura. Na prática não existe corpo livre de tensões residuais, sendo que estas tensões podem ter um efeito benéfico ou prejudicial ao desempenho do componente frente aos esforços mecânicos, térmicos ou químicos. Devido a sua importância o controle e a medida das tensões residuais em componentes e estruturas mecânicas é continuamente alvo de intensivos estudos (Kockelmann, 1993; Micro Measurements, 1993; Lu, 1996; Hauk, 1997; Grant, 2002). Um importante aspecto pode ser a associação das tensões residuais à ocorrência de distorções nos componentes mecânicos. O exemplo mais típico é a distorção que aparece após a têmpera de uma peça de aço, a qual precisa ser removida por retificação agregando a cada ano enormes custos à produção de componentes metálicos em todo o mundo. Estudos recentes vêm mostrando que essa distorção encontra suas causas não só nos procedimentos de têmpera, mas em todo o processo produtivo do componente (Hoffmann, 2002). As tensões residuais são acumuladas no componente como conseqüência dos processos de fabricação. Estas tensões representam um risco (em potencial) de distorção, pois quando liberadas por processos termomecânicos, durante as próximas etapas do processo de manufatura, levam a mudanças de forma e dimensão do componente. Este potencial de distorção, não só representado pelas tensões residuais, mas também pela microestrura, distribuição de inclusões, textura, geometria, apenas citando os principais fatores, é modificado e transferido durante as etapas de fabricação (Lu, 1996; Hauk, 1997; Grant, 2002; Boag,