Tendência Antissocial
O conceito de tendência antissocial, para Winnicott, não foi estabelecido para indicar um diagnóstico clínico, mas, sim, uma sequência de comportamentos e atitudes que, em maior ou menor alcance, todos os indivíduos podem apresentar, em determinadas situações de vida. Pensa-se em uma demonstração de esperança em recuperar uma experiência com a mãe que foi positiva e que foi perdida no período de vinculação relativa. É um apoio original que Winnicott trouxe para Psicanálise, a partir de seu trabalho durante a Segunda Guerra Mundial. A partir de um estudo realizado com crianças problemáticas, foi verificada uma ligação direta entre roubo e privação, especialmente a separação da mãe nos primeiros anos da infância. Winnicott a partir deste estudo foi aprofundando sua compreensão sobre a importância de um ambiente facilitador e de uma mãe suficientemente boa, presente e confiável, passando a observar a tendência antissocial, a privação e a delinquência como uma reação a falhas ambientais vivenciadas precocemente pela criança. Segundo o autor, a tendência antissocial não é um diagnóstico, tampouco se compara com outros termos analisados como neurose e psicose, para ele, a tendência antissocial pode ser encontrada, tanto num sujeito normal, quanto num neurótico ou psicótico. A tendência antissocial pode dar início com sintomas que, geralmente, são considerados normais ou pertencem ao desenvolvimento infantil, pelos pais e cuidadores, como a enurese noturna (continência urinária), a hiperatividade, podendo evoluir para mentiras, furtos e destrutividade. Outra questão importante acerca da tendência antissocial é o fato dela implicar em esperança. A falta de esperança é, para Winnicott, uma característica básica da criança que sofreu privação. Winnicott retoma sobre o tratamento para a tendência antissocial, o ideal não é a psicanálise, mas o provimento de um ambiente cuidadoso, no qual a criança poderá descobrir-se, ser