Tendência Antissocial
A partir de um estudo realizado com crianças problemáticas, foi verificado uma ligação direta entre roubo e privação, especialmente separação da mãe nos primeiros anos da infância.
Winnicott a partir deste estudo, foi aprofundando sua compreensão sobre a importância de um ambiente facilitador e de uma mãe suficientemente boa, presente e confiável, passando a observar a tendência antissocial , privação e a delinquência como uma reação a falhas ambientais vivenciadas precocemente pela criança. Segundo o autor, a tendência antissocial não é um diagnóstico. Tampouco se compara com outros termos analisados como neurose e psicose. Para ele, a tendência antissocial pode ser encontrada, tanto num sujeito normal, quanto num neurótico ou psicótico.
A tendência antissocial pode dar início com sintomas que, geralmente, são considerados normais ou pertencem ao desenvolvimento infantil, pelos pais e cuidadores, como a enurese noturna (continência urinária), a hiperatividade, os transtornos alimentares, podendo evoluir para mentiras, furtos e destrutividade.
Uma outra questão importante acerca da tendência anti-social é o fato dela implicar em esperança. A falta de esperança é, para Winnicott, uma característica básica da criança que sofreu privação. Winnicott vai buscar nas relações primordiais da criança com o mundo, intermediados pela figura materna, a constituição da tendência antissocial.