Tend Ncias Do Mercado De Trabalho
Uma das principais questões que se pretende responder é como as transformações recentes na economia e no mercado de trabalho se manifestam nos arranjos familiares de inserção e quais as possíveis conseqüências destas na mudança das relações hierárquicas na família e nas condições de sua sobrevivência. Nesse processo destacam-se as respostas do mercado de trabalho aos momentos de recessão e expansão, bem como ao ajuste das empresas aos requisitos das novas formas de gestão e produção, efetuado como condição para garantir a competitividade em face da abertura da economia a partir de 1990.
Algumas tendências do mercado de trabalho nos anos 90 já se faziam presentes na década de 80.
Nesta última década eleva-se o nível de desemprego, cresce a informalização do trabalho, ou seja, torna-se tendencialmente menor a parcela dos ocupados que se inserem no mercado através de emprego regular e regulamentado (Pochmann,
1997a; Baltar, 1996), ocorre a redução do assalariamento e também do emprego industrial. Essas tendências, além de serem resultantes das mudanças introduzidas com a reestruturação produtiva, refletem, por outro lado, a dinâmica do nível de atividade da economia nacional, cuja oscilação ao longo das duas últimas décadas repercutiu negativamente sobre nível geral de emprego. Pochmann
(1997a) identifica cinco diferentes oscilações no nível de atividade da economia nacional no decorrer dos anos 1981-1996, quando se sucederam fases de recessão (1981-1983 e 1990-1992), de desaceleração (1987-1989), e períodos de recuperação do Produto Interno Bruto (1984-1986 e 1993-
1996). Tais oscilações, segundo ele, caracterizam o período como de elevada instabilidade monetária, incerteza nas decisões empresariais e de múltiplas inseguranças para os trabalhadores.
Por outro lado, para um determinado grupo de autores5 o desemprego elevado e a precarização das relações de trabalho resultam da orientaFAMÍLIA
E TRABALHO NA REESTRUTURAÇÃO