Tempos Modernos

Em Tempos Modernos, Chaplin nos apresenta a produção de mercadorias em massa, baseando-se no trabalho fragmentando e simplificado, com ciclos operatórios muito curtos, requerendo pouco tempo para formação e treinamento dos trabalhadores, o processo de produção fundamenta-se na linha de montagem acoplada à esteira rolante que evita o deslocamento dos trabalhadores e mantém um fluxo contínuo e progressivo das peças e partes, permitindo a redução dos tempos mortos.
Esta é a impressão magistral que Chaplin nos apresenta em Tempos Modernos, pois o grande personagem do filme, ao lado de Carlitos, na cena da fábrica, é o sistema de máquina, a esteira rolante que impõe seu ritmo, ditado pelo capitalista, aos demais operários-massa. Em várias cenas, a maquina adquire vida própria. E o trabalho, como atividade vital, transforma-se, para os operários-massa, em atividade repetitiva, parcelada e monótona, com sua velocidade e ritmo estabelecido independentemente do trabalhador, que o executa através de uma disciplina rígida, o trabalhador perde suas qualificações, as quais são incorporadas à máquina.
O capitalista exerce controle total sobre a produção capitalista através do comando da velocidade da esteira automática, acionada pelo capataz, a partir das suas ordens dadas através de uma tela imensa. É um controle virtual que atinge o operário não apenas na linha de produção, mas inclusive nos locais de privacidade no interior da fábrica, tal como o banheiro.
Em resumo os personagens, são submetidos às conseqüências do sistema capitalista da época, onde a população sofreu com a falta de emprego, moradia e das necessidades básicas, assim como também a limitação de recursos para o crescimento profissional, pois como infelizmente estavam presos ao sistema, que não contribuía com as demais classes além da burguesia, não conseguiam encaixar-se nesta sociedade, onde só lhes restou uma estrada para seguir, sem saber aonde chegaria, mas mesmo assim foram por ela.