Tempos da narrativa em A dança final, de Plínio Marcos
Tempos da narrativa em A dança final, de
Plínio Marcos
Évellin Michele Rozon (1)
(1) Mestranda, PPGMEL – Programa de Pós – graduação do Mestrado em Estudos de Linguagens, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, Brasil. evellinmichele@yahoo.com.br
RESUMO Neste trabalho partimos do princípio de identificar as marcas da temporalidade na obra A dança final, de Plínio Marcos. A peça configura-se como um drama atual que põe a nu as mazelas da humanidade e, por extensão, da classe média. Nela, Plínio Marcos enfoca a relação de um casal que, após vinte e cinco anos de casamento, com dois filhos, boa situação financeira, tem o seu dia-a-dia modificado quando o marido fica impotente. Com a impotência do marido, começa uma insólita discussão sobre o tempo em que vai acontecer a segunda lua de mel. A noção de tempo se configura em dois níveis distintos e remete o significado de nível histórico que trata de fatores externos e o enredo que configura a ordem interna. No entanto, essas marcas temporais serão ressaltadas por meio do gênero dramático. O tempo, no teatro é real e não há elipses. O espaço é apenas o que vemos: o palco. O gesto não significa outra coisa além dele próprio. A palavra pesa pelo que tem de som e de tempo. O tempo que transcorre a peça gira em torno de uma guerrilha ideológica marcada por contornos psicológicos de avanços e recuos na diegese. Assim, pode-se afirmar que o tema da impotência é superficial, até mesmo secundário.
RESUMO EXPANDIDO
INTRODUÇÃO
A literatura é uma arte temporal que trabalha, pelo menos, com dois tempos interligados na obra literária, o gênero épico e o narrativo. Essas duas temporalidades – cênica e dramática – geram uma confusão entre os dois níveis. O espectador entra numa confusão, onde vive num mundo presente, mas o deixa de lado para adentrar em um outro universo do discurso, uma outra temporalidade que é a da fábula.
MATERIAIS E