Tempo e memória em santo agostinho
Renata Lenita Rigon
Resumo: No pensamento agostiniano não há tempo anterior a criação das coisas, em Deus há a eternidade imutável e, a partir das suas obras há um início e fim para todas as coisas, uma mudança contínua. Agostinho coloca que os três tempos na verdade são um único tempo em continuação e o que o homem julga medir é uma lembrança ou uma expectativa de que está gravada na alma. O tempo presente é o momento em que ocorre, e por isso, é. O tempo passado é algo que já existiu e que volta ao momento porque o ser retoma as lembranças na memória e por isso, não é. O tempo futuro ainda não chegou, por isso, não é.
Palavras Chave: Tempo. Memória. Santo Agostinho. Eternidade.
I – Introdução O presente artigo tem como objetivo compreender o pensamento de Santo Agostinho sobre o tempo, tendo como base o Livro XI da obra Confissões, analisando de forma psicológica, ou seja, do modo como homem aprende, partindo em seguida, para a idéia e para as relações entre passado, presente e futuro.
II – Sobre o Tempo
O tempo é um assunto muito típico no cotidiano dos homens, parafraseando Agostinho, que assunto mais peculiar e mais batido em nossas conversas do que o tempo? Agostinho coloca que o tema em questão é o mais comum entre as conversas e que quando dele se fala a conversação torna-se compreensível, porém como o próprio Agostinho diz “O que é, por conseguinte, o tempo? Se ninguém mo perguntar, eu sei; se o quiser explicar a quem me fizer a pergunta, já não sei.” (Confissões, p. 244), o que não impede que ele se atreva a elaborar uma discussão excelente sobre a questão.
Para Agostinho Deus é anterior ao tempo e é por isso que não faz sentido imaginar um tempo antes da criação, mais inimaginável ainda é perguntar o que Deus fazia antes da criação.
O tempo passou a existir após a criação e esta sempre esteve na essência divina, isso mostra o quão todas as coisas por Ele criadas são inferiores são e o quanto