Tempo não tão amigo
O passado tem influência sobre o presente, e este, por sua vez, espelha o futuro; Já dizia o cantor, compositor e poeta Cazuza “eu vejo o futuro refletir o passado, eu vejo um museu de grandes novidades, o tempo não para, não para, não, não para.” O tempo voa... O presente rapidamente fica para trás tornando-se apenas passado, o futuro tão esperado já virou presente e já escorre entre os dedos. Há quem pense que o passado é uma preciosa maneira de entender o mundo e os acontecimentos, esta também é a concepção de Eric Hobsbawm; em contrapartida na visão de Herberto Linhares o passado não tem relação alguma com o presente, muito menos com o futuro, tudo é hoje e já. Segundo Chico Buarque, o futuro é onde tudo acontece, mas sem pressa, pois nada é para agora.
Como poderíamos usufruir do presente sem pensar no que já se passou e em tudo que ainda esta por vir? Talvez para fugir, de determinado tempo-espaço, sair da realidade, vivenciar ao menos em pensamentos e sonhos o inalcansável. Deletar o que passou, fingir que nao aconteceu; teríamos que, em um futuro muito próximo , também esquecer o presente vivido agora, a cada fração de segundo saber, que o acontecido ainda a pouco não importa mais, virou pó. Estaríamos erroneamente negando séculos de história. Considerando as três noções de tempo abordadas, a tese de Eric Hobsbawm é também por mim defendida; onde passado, presente e futuro interagem entre si, e complementam-se. Podendo até nao ser um passado tão fiel ao que realmente aconteceu, ainda assim, é passado vivido e tão importante quanto o agora e o que virá.
Temos que procurar viver, da melhor forma possível todos os tempos. Aprender com os erros passados, aproveitar incansavelmente o presente e projetar o futuro. Só assim faremos jus ao tempo tão precioso, sabendo administrá-lo e não tornando-nos escravos dele.
Juliana Aparecida