Tempo Medieval - Tempo Moderno
- A passagem do tempo medieval para o moderno não pode ser observada apenas por mudanças técnicas. Deve-se considerar o ponto de vista cultural e social, mais profundamente a passagem de uma divisão eclesiástica para uma divisão laica do tempo.
- A personagem fundamental dessa mudança é a sociedade urbana do século XIV. Essa sociedade que passa por grandes modificações exige uma adaptação da concepção do tempo devido à evolução da economia e das condições de trabalho.
- Para a sociedade medieval o dia era rural, ou seja, seguia o curso natural, ou melhor, o nascer e o por do sol, essa concepção era por sua vez legitimada pela Igreja. Com a mudança da concepção do tempo o dia passou a ser considerado urbano, ou seja, artificial, isso devido à criação do trabalho noturno.
- O tempo de trabalho na Idade Média era guiado pelas “ritmas agrárias, sem pressa, sem preocupação de exatidão, sem inquietações de produtividade – e o de uma sociedade à sua imagem, sóbria e pudica, sem grandes apetites, pouco exigente, pouco capaz de esforços quantitativos” (páginas 62-63).
- Evolução: none – século X - XIII: a deslocada das 14h para o meio dia (12h)
A responsabilidade desta mudança é o meio monástico que exige adiantamento do horário de almoço e repouso por começar o dia antes da madrugada. Uma segunda hipótese: none – a pausa do trabalhador na oficina urbana submetida ao tempo clerical dos sinos. O deslocamento da “none” é importante devido à criação de uma subdivisão do tempo de trabalho: “o meio dia, que irá de resto reforçar-se no século XIV” (página 63)
- Conflitos sociais surgem devido a duração do trabalho e culminaram na crise geral do século XIV (transformação do tempo laboral que se define e se torna mais eficaz).
- Prolongamento do dia laboral foi a principio encabeçado pelos próprios operários que buscavam um meio de aumentar os salários.