Tempo, disciplina de trabalho e capitalismo industrial
O historiador inglês E. P. Thompson no seu artigo Tempo, Disciplina de Trabalho e Capitalismo Industrial, buscou através dos costumes dos povos primitivos, comunidades de pequenos agricultores e pescadores em suas tarefas diárias, a notação de tempo.
A notação de tempo que surge tem sido descrita como "orientação pelas tarefas", segundo Thompson elas se tornam um problema quando se emprega "mão-de obra", pois "a economia familiar do pequeno agricultor pode ser orientada pelas tarefas, mas em seu interior pode haver divisão de trabalho", nesse caso o tempo começa a se transformar em dinheiro.
"Aqueles que são contratados experienciam uma distinção entre o tempo do empregador e o seu "próprio" tempo. E o empregador deve usar o tempo de sua mão-de-obra e cuidar para que não seja desperdiçado: o que predomina não é a tarefa, mas o valor do tempo quando reduzem a dinheiro. O tempo agora é moeda: ninguém passa o tempo, e sim o gasta." (Thompson,2005,p.,272).
Thompson descreve que a partir da Revolução Industrial no séc. XVIII em diante, o relógio passou a ser um símbolo de status. Após o ano de 1790 haviam muitos relógios no país 0 símbolo de "luxo" mudou para "conveniência". Nessa época houve então "uma difusão geral de relógios portáteis e não portáteis, no exato momento em que a Revolução Industrial requeria maior sincronização do trabalho". Com isso o relógio passou a regular o ritmo de vida industrial e ao mesmo tempo uma das mais novas necessidades que o capitalismo industrial exigia para impulsionar o seu avanço.
Havia uma preocupação simultânea "com a percepção do tempo e seu condicionamento tecnológico e com a medição do tempo como meio de exploração da mão-de-obra". Os donos de fábricas têxteis e as oficinas utilizavam a falta de conhecimento dos trabalhadores sobre o tempo para explorá-los. Em um relato de uma testemunha, ela afirma que trabalhavam no verão até onde podiam enxergar, pois somente