"Tempo da natureza" e "tempo do relógio"
FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
HISTÓRIA SOCIAL E CULTURAL MODERNA E CONTEMPORÂNEA
HANNAH FARBIASZ
THAIZA PAULUZE
Rio de Janeiro
2015
1 – Elabore uma síntese que explique o momento histórico de ocorrência de mudanças na forma de perceber o tempo.
Na Idade Média, a forma de perceber o tempo era regida pela Igreja. O tempo teológico seguia a tradição do cristianismo primitivo e pertencia a Deus, era linear, eterno, impreciso e não podia ser objeto de lucro, servindo apenas para levar o cristão a Deus. Na passagem da Idade Média para a Idade Moderna, no final do século XIII e início do XIV, vê-se o tempo ser questionado pela primeira vez, por operários, que diante de uma crise, começaram a pedir o prolongamento do tempo de trabalho. E os patrões, então, para aliviar a crise dos salários, passaram a regulamentar o dia laboral. Assim, principalmente nas cidades têxteis, surgiu o “tempo do tecelão”, depois chamado de “tempo do mercador”. A necessidade de se adaptar à evolução econômica do período e às condições do trabalho urbano fez com que se alterasse também a forma de perceber o tempo, que passou a ser racional, delimitado, pragmático, ou seja, o tempo do “relógio”. Por que a atividade do comércio não era compatível com a marcação do tempo da Igreja.
4 – Destaque do texto de E. P. Thompson exemplos da coexistência do “tempo da natureza” e do “tempo do relógio”.
Assim como os camponeses, o mercador também está submetido, primeiramente, “ao tempo meteorológico, ao clico das estações, à imprevisibilidade das intempéries dos cataclismos naturais”, ou seja, ao “tempo da natureza”. Por mais mensurável, mecanizado e previsível que o “tempo do relógio” possa ser, ele também é “afectado por acelerações e atrasos – muitas vezes com atrasos técnicos e o peso dos dados naturais: a chuva ou a seca, a bonança ou a tempestade, têm fortes incidências nos preços”. Esse novo tempo é tem dificuldade de se separar do “tempo