Tempo cronológico e Espaço do livro - Um certo capitão Rodrigo - Érico Verissimo
O narrador de Um Certo Capitão Rodrigo caracteriza em uma narrativa, e em prosa com narrador oniciente em terceira pessoa. Posiciona-se de fora, desse contexto onisciente e onipotente, tendo em mente todos personagens, o mesmo pode ver e retratar coisas que nem mesmo os personagens sabem. O narrador onisciente, narra diretamente da mente dos personagens tendo a onisciência neutra e onisciência neutra seletiva, como no caso do trecho citado abaixo;
Juvenal pensou em erguer-se e sair; não sabia por que continuava ali, conversando com aquele forasteiro. Sentia por ele uma atração inexplicável. Tinha vontade de saber mais do passado daquele homem. Não era seu feitio bisbilhotar a vida dos outros, mas achava também que não fazia nenhum mal perguntar àquele cristão de onde vinha, já que lhe fizera tantas indagações (VERISSIMO 1991 P.13).
Podemos perceber que quando o próprio autor deseja acelerar mais o ritmo na narrativa ou até mesmo esconder vestigios ou traços, dado ao leitor ultiliza-se dentro da onisciência neutra, nesse momento a cena vai predominando sobre o sumário. No próximo parágrafo, vemos o Capitão Rodrigo, após o restabelecimento da ferida que sofrerá, vítima do tal covarde tiro desferido por Bento Amaral respondendo a terra sobre sua opinião dentre um futuro da possível resolução do seu conflito com os Amarais. O narrador usa um recurso da cena para apróximar o leitor, como se estivesse ali, ouvindo lado a lado a conversa dos dois e, ao mesmo tempo, faz com que as próprias personagens falem por suas bocas. Ao usar esse termo narrativo, não há pistas dadas pelo narrador se o previsto acontecerá pelos homens ou não; deixando um suspense e levando o leitor a pensamentos de suspense.
- Qual nada, amigo! Eles não se metem mais comigo.
-É melhor andar previnido...
- E por falar nisso, vosmecê também tem que se cuidar...
- Eu! Mas por quê?
- Porque naquela noite no terreno do Joca Rodrigues vosmecê disse umas