templo de zeus
Utilizando como objeto de estudos o Portal da antiga Academia Imperial de Belas Artes [Figura 1], construída pelo arquiteto francês, Grandjean de Montigny (1776 - 1850), integrante da Missão Francesa e professor de arquitetura civil na referida Academia - além de ter sido um dos membros da missão artística que mais tempo viveu no Brasil, tendo abraçado o país como sua segunda pátria - farei uma análise daquela que é tida como primeira obra neoclássica do Brasil (ou ao menos, do que restou dela), segundo a sua conturbada história de existência e os padrões do estilo.
Para tanto, terei por base o programa para as aulas de Arquitetura civil da Academia, encontrados no conjunto de decretos acerca desta, seus professores e aulas, compilados na Collecção das Leis do Império do Brasil de 1831, bem como definições do estilo segundo autoridades da época, como Winckelman. Como principais fontes históricas, me pauto nos escritos de Manuel de Araújo Porto-alegre (1806 - 1879), aluno e diretor da Academia, além de principal historiógrafo das artes no Brasil de sua época (se não o único) e, nas crônicas de Gonzaga-Duque (1863 - 1911), que além de ter sido figura ilustre no meio cultural da republica velha, registrou algumas das reformas que levaram à demolição da Academia, entre tantos outros prédios.
Com o intuito de organizar o trabalho, dividi este em três partes. São elas: Parte I: Breve Histórico, aonde este é apresentado; Parte II: Análise, quando o trabalho tomará a identidade aqui apresentada; Parte III: O Portal da AIBA atualmente, onde uma breve contextualização atual do portal é apresentada, tal qual sua relação para com o sítio escolhido para abrigá-lo, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
PARTE I: Breve Histórico
No século XIX, os ideais neoclássicos, propagados pelo esteta alemão Winckelman (1717 - 1768) no século anterior e consolidado pelos artistas republicanos, envolvidos com