RESENHA “Tematizando gênero e sexualidade nas práticas educativas” (Saúde e serviço social. RJ, Cortez, 2004. p.196-212.) da assistente social Eliana Azeredo Pereira de Mendonça, trás uma reflexão sobre as práticas educativas no âmbito dos serviços públicos de saúde com o objetivo de fortalecer e integrar a mulher como sujeito da saúde, contrapondo a concepção de usuário-paciente que silencia quando outros falam por ele. A concepção de integralidade do Programa de Atenção Integral da Saúde da Mulher (PAISM) implica o reconhecimento das limitações do conhecimento biomédico para responder os problemas da população feminina, devido a falta de interação de outras áreas de estudo que abranjam aspectos humanos e sociais do processo saúde/doença. 1 - Construindo espaços para os sujeitos da saúde Fomentação de práticas educativas para prevenir doenças, promoção da saúde e o trabalho em equipe faz parte da trajetória do assistente social em diversas unidades do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social, porém vários foram os obstáculos para instituí – las, desde os embates para obtenção de espaços para realização de reuniões até tentativas de controle do objeto dessas reuniões. Os próprios espaços abertos para debates geravam resistência, pois fugiam do padrão controlador das instituições. O empecilho colocado pelos agentes instituídos de poder institucional se devia ao receio da perda do controle social que estes espaços livres de discussão ou politizadores poderiam fomentar. Por outro lado, a interpretação desses agentes é que o político se contrapunha ao científico, ao que já está estabelecido e não é passível de questionamento. Assim, há uma resistência as discussões que envolvem o cotidiano, às relações sociais, subjetividades e identidade. A saúde da mulher dá um salto quando se inicia os estudos de gênero. A emergência do feminismo como movimento social criou condições necessárias