TEMAS CENTRAIS DA TEORIA POLÍTICA CLÁSSICA E OS AUTORES CLÁSSICOS
John Locke (1632- 1704), Thomas Hobbes (1588-1679), Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), Nicolau Maquiavel (1469-1527), Barão de Montesquieu (1689-1750).
John Locke
John Locke é egresso de família protestante e teve uma educação liberal. Tornou-se um dos pensadores mais importante para o desenvolvimento do pensamento político liberal e crítico ferrenho das proposições absolutistas de Hobbes. Seu pai combateu ao lado do parlamento antes da Restauração (na disputa entre whigs X tories). Inicialmente, não era um filósofo. Estudou no colégio de Westminster foi médico formado por Oxford. Desenvolveu atividade de tutor intelectual de famílias ricas, sendo protegido do conde de Shaftesbury (whigs - liberal) que se exilou na Holanda após desavenças com o rei. Na Holanda, foi apresentado a Guilherme de Orange (que se tornou rei constitucional da Inglaterra em 1688). Em 1689, volta para a Inglaterra no mesmo barco da rainha e, no ano seguinte, publica sua principal obra política o Segundo Tratado sobre o Governo Civil.
Dessa curta biografia, é possível extrair aspectos importantes que influenciaram o pensamento de j. Locke. Sua ligação fundamental com o avanço do liberalismo e o constitucionalismo, o estreito vínculo desse tipo de pensamento com a ascensão política e social da burguesia e o anti- absolutismo.
O Ponto principal da sua obra, definido por ele como o objetivo que o leva a escrever o Segundo Tratado é o “anti-absolutismo”, o violento desejo da autoridade contida, limitada pelo consentimento do povo, pelo direito natural, a fim de eliminar o risco do despotismo, da arbitrariedade – mesmo que isso abra uma brecha para a anarquia”.
1. Os Pressupostos Fundamentais
O pensamento político de j. Locke apresenta alguns importantes pressupostos. O primeiro deles assume que os homens são obra e propriedade de Deus (“os homens sequer se possuem”), daí todos os homens serem livres e iguais. Logo,