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Um dos fatores de vulnerabilidade mais intensos em relação ao consumo de drogas é o isolamento social. Ele ocorre quando o dependente químico é privado das relações com determinados membros de uma sociedade. O processo pode ocorrer tanto pelo internamento do indivíduo quanto pelo preconceito, que leva a sociedade a se afastar dos dependentes.
Diferente da exclusão praticada pela sociedade – que, geralmente, não aceita conviver com dependentes químicos – o isolamento em hospitais psiquiátricos ou clínicas de tratamento de dependentes químicos é feito mediante vontade do paciente ou, em casos extremos, forçado pela família e equipe médica. Entretanto, o tratamento dos dependentes busca, além da desintoxicação, a re-inclusão social do usuário, com a aproximação da família e trabalhos com psicólogos e outros especialistas.
Um exemplo de tratamento de reaproximação social é o praticado no Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (CAPS AD), um projeto de diretrizes nacionais que tem a intenção de substituir o hospital psiquiátrico. O serviço público municipal de atendimento oferece em seu espaço auxílio à saúde mental com uma perspectiva de inclusão social e reabilitação. Em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, médicos e especialistas atendem dependentes químicos da rede pública.
A psicóloga Diana Theodoro, coordenadora do CAPS AD de Piraquara, concedeu entrevista ao Comunicação e fala sobre o isolamento social de dependentes químicos e outras questões ligadas ao internamento.
Comunicação: Há uma marginalização dos usuários de drogas?
Diana Theodoro: Sim. Quando se fala na relação de abuso e dependência de drogas, o termo “viciado” já demonstra preconceito. Na atual sociedade, o uso de substâncias psicoativas é muito comum. O que existe é uma diferença na forma como as pessoas usam. O café, por exemplo, é uma substância psicoativa que se usado de maneira abusiva pode causar danos à saúde, tanto quanto as substâncias ilícitas que são tão