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Andre Luiz Gonçalves
PhD Student - Natural Resources
(Fulbright-OAS Ecology Initiative Fellow)
610, Bradfield Hall - Cornell University
14850 Ithaca, NY - USA alg47@cornell.edu Documento preparado para o I Seminário Estadual e IV Seminário Regional de Reflorestamento e
Recuperação Ambiental, 27 e 28 de abril de 2002, Ijuí - RS
I. Introdução
Ao longo da história a humanidade vem manipulando os diversos sistemas naturais para a obtenção de alimentos e de outras necessidades materiais (Smith 1995). Tal intervenção deliberada vem alterando e redesenhando o meio ambiente, num permanente processo de reconhecimento e uso dos potenciais da natureza (Seeland 1997).
Entretanto, o atual modelo de desenvolvimento e, sobretudo, o padrão agrícola largamente adotado nos últimos cinqüenta anos, tem contribuído para um cenário de degradação ambiental. A agricultura, que em última instância, é a manipulação humana do fluxo de energia para a obtenção de alimentos e de outros produtos de interesse humano (Gliessman
1998), tornou-se sinônimo de destruição e de poluição.
Face a esse contexto de destruição da natureza e de verdadeira ameaça à vida do planeta, alguns questionamentos fazem-se urgentes: como a necessidade de preservar o meio ambiente pode ser compatível com a provisão de bens materiais para uma crescente população? Como manter os sistemas naturais e garantir a reprodução social de diversas comunidades rurais? Que tipo de sistemas agrícolas pode combinar conservação da biosfera e uso sustentável dos bens naturais?
Parte dessas respostas podem ser alcançadas através de uma profunda revisão do atual modelo tecnológico em que a ciência agronômica está assentada. Modelo este que, através
de uma crescente artificialização dos processos naturais, vem distanciando cada vez mais a agricultura dos padrões estruturais e funcionais da natureza.
Neste sentido, o presente documento tem o objetivo de