Telas, textos e tramas: América Latina
No capítulo 2 do livro, o qual nosso trabalho faz referencia, a autora começa abordando o fato de os defensores das colônias espanholas na América terem um vasto conhecimento das ideias liberais, isto é, na crença da razão como guia das ações humanas, na centralidade do individuo no percurso da história, na defesa dos direitos naturais do homem (liberdade, igualdade e legitimidade da propriedade privada) e de se basearem nelas como justificativas para a emancipação. As “ideias francesas” foram disseminas e atingiram um vasto grupo de ilustrados, entre eles Simón Bolívar, Miguel Hidalgo e José de San Martín.
Bolívar é o grande destaque ao pensarmos em letrados na América espanhola. Foi um militar e grande líder do movimento de independência da América, ao lado de José de San Martín. Bolívar é visto na América Latina como herói, visionário, revolucionário, e libertador, embora na opinião da autora, a construção da figura de Bolívar aconteceu em 1842 pelo governo venezuelano. O governo resgatou a imagem do herói nacional injustiçado, uma nova imagem estava sendo criada que serviria como instrumento político.
De qualquer forma, para Bolívar, a liberdade seria capaz de transformar a América, oprimida por séculos de colonização, em um novo lugar no qual reinaria a liberdade, contrapondo assim, o passado de tirania espanhola ao futuro de liberdade.
Na opinião de Maria Lígia Coelho Prado, é notável a capacidade de analisar as conjunturas politicas enquanto ocorriam as guerras, fazendo projeções e oferecendo soluções cheias de esperanças para dar continuidade a luta. A autora vê Bolívar com bons olhos e o julga um bom líder, uma vez que de jeito algum ele perdia o ânimo.
Seus projetos políticos concretos demonstravam, por vezes, as ambiguidades nas quais juntavam ideias liberais com autoritarismo de governo.
Além dos lideres mais conhecidos, havia um grupo de letrados, em especial em Buenos