Tecnologia em gestão de recursos
Paulo Negreiros Figueiredo*
1- Introdução
Um novo modo de competitividade econômica se consolida pelo mundo e altera os cenários de atuação das empresas para o próximo milênio. Como as empresas latino-americanas, notadamente as brasileiras, podem se preparar para atuar nesses novos cenários? Longe de se contentarem com os desígnios do subdesenvolvimento, essas empresas deveriam se capacitar para ter acesso e domínio dos últimos avanços tecnológicos. As óbvias defasagens estruturais das economias em que essas empresas operam, não deveriam ser obstáculo à conquista de posições competitivas no mercado internacional.
Superar os "desígnios do subdesenvolvimento" significa rejeitar a idéia propagada durante os anos
50 - e ainda presente em alguns segmentos da sociedade brasileira, segundo a qual países em desenvolvimento deveriam favorecer tecnologias primitivas que usassem abundante mão-de-obra não qualificada (Simonsen, 1993:3). Desde a década de 80, está claro que a competitividade das empresas das novas economias industrializadas depende de sua capacidade de gerar mudança tecnológica, e não na disponibilidade de recursos naturais ou abundante mão-de-obra barata (Ernst and O'Connor, 1989).
Este artigo procura mostrar que o alcance e a sustentação da competitividade internacional das empresas dependem da ação gerencial comprometida com constantes mudanças técnicas e organizacionais. Para tanto, serão enfocados subsídios à implementação de tais mudanças, especialmente as organizacionais. Inicialmente será abordado o significado atual da tecnologia e sua relação com organizações. Em seguida, o artigo enfocará os elementos da gestão tecnológica para a competitividade internacional, a partir da discussão dos processos de aprendizagem nas empresas.
As diversas perspectivas da tecnologia, bem como as práticas inibidoras ou potencializadoras dos processos de aprendizagem, foram coletadas numa amostra de