Tecnologia do transporte de carga
Brasil utiliza tão pouco seu enorme potencial?
A hidrovia é o modelo de transporte menos oneroso que qualquer outra modalidade disponível no mundo. Mas, no Brasil, onde há condições geográficas bastante favoráveis a esse tipo de operação, os investimentos no setor andam na contramão. O meio mais utilizado é o rodoviário, que chega a ser 20 vezes mais caro que o fluvial. Estudos indicam que, caso o Brasil cresça uma média de 5% durante três anos consecutivos, o país pode entrar em colapso logístico. Para uma nação reconhecida internacionalmente pela produção de alimentos, o risco de uma estagnação dos transportes é preocupante. Segundo Luciano Rocha presidente da ABEPL (Associação Brasileira de Empresas e Profissionais de Logística), o transporte hidroviário é mais econômico porque cada unidade de condução tem capacidade de armazenar muito mais cargas. Além disso, não há perdas relacionadas ao desgaste da via, assim como uma menor utilização de combustíveis, o que ainda é uma vantagem para o meio ambiente. Uma barcaça (unidade que compõe a embarcação) pode transportar até 1.500 toneladas em cargas. Na comparação com o transporte rodoviário, cada barcaça equivale a 60 carretas, que podem transportar no máximo até 25 toneladas. "Nas hidrovias não há pedágios, estradas esburacadas que causam danos à unidade de transporte e desperdício da carga, e o risco de roubo também é menor", destaca Rocha. Quando o comparativo é com as ferrovias, o sistema hidroviário também é mais vantajoso. Cada barcaça pode substituir até 15 vagões, com capacidade para carregar até 100 toneladas. Considerando a degradação da malha ferroviária brasileira, abandonada há cerca de 50 anos, a hidrovia se mostra ainda mais viável, por não oferecer riscos. No estado de São Paulo, o modal