Tecnologia de Irradiação Gama
Apesar de ser uma tecnologia antiga, descoberta nos primoridios do século 20, a aplicação comercial do processo irradiação ainda é muito incipiente comparado com as potencialidades que os estudos desencadearam. Mesmo assim, o processo de irradiação de diferentes produtos com raios gama cresce significativamente no mundo. Atualmente, existem mais de 160 irradiadores comerciais em funcionamento em 37 países, utilizados tanto para alimentos, quanto para diversos outros produtos.
No Brasil, o uso da irradiação é ainda mais recente. Nessa perspectiva, o Laboratório de Irradiação Gama do Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CDTN), ligado à Comissão Nacional de Energia Nuclear, é um pioneiro. Em 1992, o CDTN, diante de tantos benefícios que poderiam ser proporcionados pela irradiação, fez uma campanha massiva de divulgação junto ao empresariado. Seminários, palestras, entre outros componentes fizeram parte da estratégia agressiva e abrangente do Centro. Mas o empresariado nacional, apesar das nítidas vantagens, ficou relutante. O pesquisador, Luíz Carlos Ladeira, do CDTN – coordenador do projeto – diz que o empresariado brasileiro é conservador com as soluções acadêmicas e que isso dificulta avanços. “O empresariado brasileiro é meio São Tomé, ou seja, só acredita vendo”, dispara o pesquisador.
Assim, em 1998, o CDTN resolveu provar que as idéias a respeito da irradiação eram viáveis e levou a cabo a construção do Laboratório. Sem perder de vista a missão da instituição: “Realizar pesquisa e desenvolvimento, em ciência e tecnologia, nas áreas nuclear e correlatas, gerando conhecimento, produtos e serviços em benefício da sociedade” e dando uma opção para o empresariado, o CDTN optou por um irradiador de médio porte, ou seja, com base semi comercial. Dessa forma, é possível contemplar as pesquisas acadêmicas e também atender as demandas da sociedade.
Em outubro de 2001, o irradiador iniciou suas atividades, O funcionamento