Tecnicas de negociação
No filme Em Boa Companhia ( In good company, 2004), Dan Foreman ( Dennis Quaid) é um daqueles executivos completamente apaixonados pelo trabalho, dono de uma simpatia capaz de contagiar a todos no escritório da revista de esportes onde é vice-presidente da área de vendas, alguém que realmente se importa e acredita no que faz. Isto até o momento em que um milionário conglomerado de mídia compra a revista e decide reestruturar toda a sua equipe.
O que acontece é que ele não perde seu emprego, mas é rebaixado de seu posto e passa a ser subordinado de um moleque de 26 anos. Entao a grande vilã é a cruel Globecom, empresa que não tem dó em ordenar freqüentes "cortes de custos", e tudo o que for necessário para aumentar as receitas.
O maior mérito do filme, sem dúvida, é seu fator humano. Mesmo que se utilize do artifício de mostrar as grandes corporações (com suas fusões, compras e vendas que se importam somente com os lucros como resultados) como o mal supremo deste tempo de globalização, isso só serve para mostrar a dicotomia entre o executivo dos velhos tempos, aquele que é apaixonado e acredita no que faz e o novo executivo, capaz de doar seu sangue para ser reconhecido como o competente e frio executor do que for necessário para o crescimento da empresa. Doa a quem doer.
Não demora para que Carter comece a se dar conta da desumanidade das ações corporativas. Cada vez que tem que "dispensar" alguém, lhe corta mais o coração. Ao se aproximar da vida de verdade de Foreman, natural que comece a contestar este princípio tão frio e busque se espelhar no modo com que o velho executivo conduz sua carreira. Daí, longe daquele papo furado de "sinergia" com que tentou engambelar os seus funcionários no primeiro dia da empresa, Carter enxerga a pessoa por trás de cada cargo, o provedor de família por trás de cada funcionário que tem que demitir.
Até aqui, temos a dose exata do que há por trás das cruéis decisões empresarias – a vida de pessoas sendo