Este trabalho surgiu no âmbito da disciplina universitária de Introdução aos Métodos e Técnicas de Investigação Social. A Mestre Daniela Soares, sugeriu nas aulas iniciais aos discentes a área da saúde, dado a própria nunca ter sido alvo de escolha em anos lectivos anteriores e também pelo facto de ser inovadora no âmbito sociológico como tema interessante a tratar. Assim, o grupo optou por centrar o seu estudo relativamente na área da saúde mental. Do vasto leque de doenças mentais existentes, decidimos estudar a esquizofrenia, por tratar-se da perturbação mental mais grave, assim como um problema de saúde pública com uma impressionante dimensão em todo o mundo que priva o indivíduo de ser ele próprio. Deste modo o projecto tem como desígnio o estudo, no âmbito da perspectiva sociológica da estigmatização e discriminação, ambas associadas à esquizofrenia e irá focar-se na análise da forma como os estudantes da Universidade dos Açores encaram os portadores de esquizofrenia através das suas representações sociais e se estas postulam a forma sobre como reflectem e avaliem estes doentes, ou seja, se de facto existe algum processo de discriminação em relação aos indivíduos que têm esta perturbação mental. Portanto, a problemática incide em sublinhar o significado atribuído a esta doença mental e o impacto causado a nível social nos portadores de esquizofrenia. Partindo deste objectivo central e utilizando como base a obra “Manual de Investigação em Ciências Sociais” de Raymond Quivy e Luc Van Campenhoudt, construímos um quadro teórico, que residiu em torno de uma questão: As representações sociais por parte dos estudantes da Universidade dos Açores são um comportamento que conduzem à estigmatização e discriminação dos portadores de esquizofrenia? A pergunta de partida caracteriza-se por ser clara, exequível e pertinente, com a função de orientar o trabalho e englobar aspectos considerados essenciais para a sua compreensão.
A primeira parte