Tecnicas construtivas do período colonial
Sílvio Colin
Foto Pedro Martinelli
A alvenaria é uma técnica de confecção de muros utilizando tijolos, lajotas ou pedras de mão, aglutinados entre si por meio de uma argamassa. No período do Brasil colonial as argamassas mais utilizadas eram de cal e areia ou de barro.
O adobe é uma lajota feita de barro com dimensões aproximadas de 20 x 20 x 40 cm, compactados manualmente em formas de madeira, postos a secar à sombra durante certo numero de dias e depois ao sol. O barro deve conter dosagem correta de argila e areia, para não ficar nem muito quebradiça, nem demasiadamente plástica. Para melhorar sua resistência, pode-se acrescentar fibras vegetais ou estrume de boi. As lajotas assim confeccionadas são assentadas com barro, e revestidas com reboco de argamassa de cal e areia. Embora encontremos importantes construções feitas inteiramente de adobe, como a matriz de Santa Rita Durão, MG[1], o material era usualmente reservado a divisórias interiores.
Fig. 1 – Adobe. Confecção e assentamento
Usando a mesma matéria prima – a argila, o tijolo cerâmico difere do adobe pelas suas dimensões menores e pelo fato de ser cozido em fornos, a altas temperaturas. Sua durabilidade o rivaliza com a pedra. Foi talvez o primeiro material de construção durável utilizado pelo homem. Aliás, mesmo o homem fora feito de argila, de acordo com a Bíblia, que ensinava a utilizálo [2],e sua presença assinalava para a possibilidade de vida sedentária, junto aos aluviões dos rios. O Portão de Ishtar, na Babilônia, do século IV a.C. e a Muralha da China, do século III a.C., constituem-se em exemplos não somente da durabilidade como também do grau de evolução a que chegou esta técnica no período proto-histórico. Desde o século XVII, o tijolo era comumente empregado na Bahia e em 1711 já existe registro de uma olaria em Ouro Preto. A precariedade de condições, entretanto, reservava a maior parte da produção das olarias para telhas. As