TECIDO NO BRASIL
Os brasileiros eram facilmente seduzidos por tecidos luxuosos. Vários cronistas destacam a preferência dos nobres pelas sedas, cetins, veludos e adamascados, trazidos em navios pelos mercadores europeus. Os mais pobres também sonhavam com tais artigos e não perdiam a oportunidade em adquirir peças de “panos finos”, como se dizia, mesmo que já estivessem usados e velhos. A produção brasileira nas primeiras décadas da colonização se restringia aos algodões mais grosseiros para o uso da população em geral e dos escravos. Na verdade, os índios já cultivavam e fiavam o algodão selvagem quando os portugueses chegaram por aqui. Com a introdução de novas espécies pelos portugueses a qualidade de nossos tecidos aumentou bastante. Já no século XVIII, a cultura algodoeira ganhou importância considerável, principalmente nos estados do Nordeste. A chita logo caiu no gosto popular e foi bastante usada até pelos mais abastados em cortinas, almofadas e na decoração. Leves e coloridas, as chitas brasileiras eram baratas, bonitas e adequadas ao clima tropical.
Portugal, porém, sempre esteve atento ao desenvolvimento das manufaturas de tecidos nas terras coloniais. Era preciso autorização da Municipalidade para tecer maiores quantidades. Em 1785, quando a produção estava em franca expansão, o famoso decreto de D. Maria I proibiu a criação de manufaturas no Brasil. O objetivo era estimular a produção portuguesa e favorecer o comércio com a Inglaterra (que vendia algodão para o Brasil por intermédio de Portugal).
A situação se modifica apenas a partir de 1808, com a abertura dos portos brasileiros “às nações amigas”, o que põe fim a este monopólio português/inglês. Com a mudança da corte para a colônia, as manufaturas voltam a se expandir. Em 1869, em Minas Gerais, uma indústria passa a fabricar chitas em larga escala.
É na tecelagem que a infinidade de fios vai ganhar corpo e virar tecido, os teares podem se modernizar rapidamente, proporcionando a