Teatro
Eugenio Kusnet
Este estudo foi feito com base no método de Stanislavski.
A origem do método é o estudo dos processos que regem a atuação dos atores geniais (ou das crianças): Através da inspiração eles adquirem a fé no que é imaginário.
A natureza dessa fé no teatro é específica e deve ser chamada de “ FÉ CÊNICA’’.
O problema da obtenção da “fé cênica”: escolher uma caminho diferente daqueles que é usado pelos atores geniais, isto é, em vez de usar a intuição, estudar os processos que regem a ação na vida real para, que agindo dentro da lógica da vida do personagem, conseguir acreditar no que é imaginário, isso é, obter a “fé cênica”.
A ação e o fator mais importante da nossa arte. O termo ator se traduz em “agente do ato” ou seja, aquele que age, aquele que faz a ação.
Falar sobre o exemplo da Carmen Monteiro.
Para compreender isso é preciso analisar como transcorreu a Ação nos dois casos. Quem estava agindo na primeira vez? Foi Carmen Monteiro que narrou espontaneamente um caso interessante. Sua ação era espontânea, criada pela própria vida. O resto foi completado e realizado pela própria natureza, e Carmen monteiro não precisou conseguir a fé no que ela contou - ELA A TINHA!
Na segunda narração a atriz não conseguiu o mesmo resultado da primeira vez. A atriz perdeu toda a espontaneidade da narração.
1: Qual foi a situação desta vez? A atriz Carmen Monteiro interpretando um papel (e não uma atriz contando um caso interessante).
2: E o objetivo? Carmen Monteiro querendo provar que ela é uma excelente atriz (e não uma atriz querendo impressionar os seus colegas com os acontecimentos narrados).
3: E a sua atitude? Essa foi puramente exibicionista, não tendo nada que ver com a situação e os objetivos do personagem.
Assim como a ação segue uma lógica, ela deve ter também um objetivo, sem determiná-lo não há como estabelecer uma lógica para as ações da personagem.
O