teatro
Téo= Vyni
CENA CASAL JOVEM
1. - COLÉGIO - SALA DE ESTAR - DIA
MÁRCIA POR ALI, LENDO UM ROMANCE. TÉO ENTRA. VÊ
MÁRCIA. FICA UM TEMPO A OBSERVANDO. MÁRCIA SACA.
TÉO VAI SAIR. ELA O CHAMA.
MÁRCIA
— (irônica) Perdeu alguma coisa?
TÉO
— Já tava de saída.
MÁRCIA
— Com medo de mim?
TÉO
— Não quero confusão.
MÁRCIA
— Virei sinônimo de confusão?
TÉO
— Pensa como quiser.
MÁRCIA
— Só porque eu falo o que eu penso?
TÉO
— Já disse que eu não quero brigar com você.
AGORA, MÁRCIA SE IRRITA DE VERDADE. MAS MÃO SOBE O
TOM, LEVA NA IRONIA.
MÁRCIA
— Claro. Porque você é o menino bonzinho e eu sou a menina má.
TÉO
— Você não é má.
MÁRCIA
— E se eu for?
TÉO
— Não é. Isso é só uma máscara.
MÁRCIA
— E esse menino bonzinho é o quê? Não é uma máscara? Você é só covarde, mesmo?
TÉO ENCARA.
TÉO
— Chega, Márcia.
MÁRCIA LEVA UM SUSTO, NÃO ESPERAVA A REAÇÃO DE TÉO.
TÉO
— Eu não sou nem bom, nem mau. Eu sou humano, cheio de falhas e defeitos como qualquer pessoa. Eu só não fico me escondendo atrás de uma personagem pra ninguém ver o que eu sinto de verdade. Isso sim é covardia. Agredir os outros pra que ninguém veja o meu medo.
MÁRCIA
— Téo/
TÉO
— Não terminei. Não vou mais ouvir desaforo seu só porque o amor que eu sentia foi maior do que a raiva de saber que você tinha me traído. Se quiser falar comigo novamente, tira essa máscara. Cansei desse jogo.
E TÉO VIRA NO PÉ PARA SAIR. MÁRCIA FICOU SENTIDA, DE
VERDADE. ELA RESPIRA E O CHAMA, ANTES DELE DEIXAR A
SALA.
MÁRCIA
— Téo!
TÉO VIRA.
TÉO
— Márcia, eu já falei que/
MÁRCIA
— (SINCERA) Fica. Me escuta.
TÉO
— Já escutei muito.
MÁRCIA
— Agora é sério.
TÉO
— Antes não era?
MÁRCIA
— Antes eu tava... Machucada.
TÉO
— Eu não te fiz nada.
MÁRCIA
— Eu sei.
TÉO
— E por que tudo isso? Toda agressividade, toda essa fúria?
MÁRCIA
— Defesa?
TÉO