teatro

UM SONHO SEM FIM
Adriano Rodrigues

Peça teatral baseada na obra de William Shakespeare

Personagens:
Raul
Cristiny
Ricardo (Mordomo)
Helena (Empregada)

Direção
Adriano Rodrigues

Em uma sala: sofá, uma mesa com livros um jarro com rosas, cortinas escuras luzes baixa.
RAUL: [Entra na sala e põe uma pasta em cima da mesa] Ninguém esteve aqui a minha procura?
MORDOMO: Ninguém. [Apontando a mesa] Apenas um bilhete.
RAUL: [Distraído] Sim.
MORDOMO : Não esperava que viesse tão cedo senhor.
RAUL: Já estou enfadado. Tudo é sempre a mesma coisa!
MORDOMO: Não foi divertido o jantar?
RAUL: Na forma do possível, os mesmos ditos sempre os mesmos gestos... Prefiro minha solidão.
MORDOMO: Pedi a Helena que preparasse a sua roupa para o baile.
RAUL: Não irei mais. Obrigado!
MORDOMO: Ate amanhã senhor!
RAUL: Boa noite! [Sai o mordomo]
EMPREGADA: [entra na sala e fica próxima a Raul] Deseja alguma coisa seu Raul?
RAUL: traz-me um copo com agua, por favor!
EMPREGADA: [Pega a agua e entrega a Raul] Algo mais?
RAUL: Não. Obrigado! Pode subir pro seu quarto ficarei mais um pouco aqui.
EMPREGADA: Que horas desejas que o acorde?
RAUL: Deixe me dormir assossegado. O sono é um grande amigo.
EMPREGADA: Não se pode, entretanto sempre dormir. [saindo]
RAUL: Um dia apenas?
RAUL: [Só, vai até a mesa pega o bilhete olha num relance e o atira murmurando] Sempre as mesmas palavras! [pega de um móvel na sala um cofre e coloca sobre a mesa.].
Ah! Cofrezinho.
Tu ES o pequeno tumulo de meu grande amor, deixe que eu o abra por mais uma vez e contemple abatida da dor.
Aquilo que já foi a minha vida toda.
Resto de uma aventura que por um momento foi minha. Retrato pálido, fitinha, outrora vermelha; que já se desfazem poeira.
Pétalas murchas, flores secas. Cartas que foram tão ardentes, hoje já tão frias como o ar da noite. [À medida que Raul fala aparece na sombra da sala um vulto que retoma a forma humana de uma criança de 16 anos. Fica por um