Teatro pobre e espaço unitario

Partindo das indagações. O que é teatro? O que o torna único? O que ele faz que o cinema e a televisão não pode fazer? Como Grotowski conta em seu livro “Em busca de um teatro pobre”, a dualidade ator e espectador é uma das menores e fundamentais partículas da arte teatral, diferente do que ele chama “teatro total” ( televisão e o cinema) o teatro é uma arte presencial dada pelo acontecimento, tendo “a técnica pessoal e cênica do ator como núcleo da arte teatral” deu-se a construção do teatro pobre, o oposto do teatro rico o que ironicamente Grotowski chama rico de defeitos ou teatro sintético. Este teatro rico basicamente se vale da ilusão de efeitos de cenários, figurinos, maquiagem, luz e som mecânico ou tocado por músicos, no teatro pobre não se faz necessário a caracterização do atuante pelo figurino, algo que o definiria com um determinado caráter psicológico ou social, nem maquiagens ou qualquer outro tipo de caracterização, pois seria apenas um estereotipo onde não haveria a entrega e revelação do atuante diante dos espectadores, onde todas as necessidades de caracterização seriam feitas pela sua própria construção física tendo uma total organicidade em sua construção, isso resultado de um longo treinamento de anos, o que levara o atuante a obter esta qualidade técnica.
Esta qualidade se da pela completude entre o corpo e mente do atuante integrados, este corpo reage aos impulsos que o coloca em um estado de prontidão antes de uma decodificação racional do gesto, este processo é o da via negativa que garante que este atuante não evitara em promover a ação, esta que trará um grau de qualidade não comum cotidiano e sim a mesma intensidade de quando se colocado a uma situação limite de extremo risco e espanto.
A luz não seria essa cênica teatral Wagueriana, a que nós conhecemos com vários recortes na área cênica, seria utilizado uma luz que tomaria o espaço colocando os espectadores também evidencia, onde seriam agentes passivos da encenação,