Teatro Gil Vincente
1. Gil Vicente (1465 — 1536?). As origens do teatro português
Embora tenhamos referências a um teatro litúrgico e religioso anterior e
Gil Vicente, não o conhecemos, pelo que é considerado o fundador do teatro português. As principais características do seu teatro são:
a) Emprega o dialecto saiguês.
b) Influencias:
Teatro espanhol: Torres Naharro.
Teatro inglês.
Teatro francês.
c) Não se posse incluir na tradição clássica grega, já que as suas obras não se podem dividir em comédia e tragédia.
d) Tem traços próprios da Posmodernidade:
Fragmentarismo.
Mistura.
2. Classificação dos autos vicentinos
2.1. Temática
a) Autos pastoris (Auto da sibila Cassandra): são diálogos cómicos entre pastores. b) Autos de moralidade (Autos das Barcas, Auto da alma:) têm duas vertentes de construção:
Episódios do Testamento.
Ensinanças morais.
c) Farsas (O clérigo de Beira, Auto da Índia): episódio cómico com certo enredo com as formas mais desenvolvidas do teatro vicentino, é o género mais aplaudido. d) Autos cavalheirescos: aparecem neles cavalheiros como Amadis de Gaula.
e) Alegorias de tema profano (A fraga do amor).
2.2. Estrutura
a) Farsas: episódios característicos de casos ou tipos sociais. São as mais simples. b) Autos de enredo: estrutura mais complexa.
c) Autos alegóricos: e o género mais valorado pela crítica e divide-se em:
Profanos.
Religiosos.
2.3. Tipos
Já que a finalidade do teatro de Gil Vicente não é mostrar conflitos psicológicos, senão a crítica social e de ideias, as personagens são planos, tipos (não redondas). Os principais tipos são:
a) Tipos humanos: pastor, camponês, escudeiro, moça de vila, soldado, amo, moço, castelhano, o parvo... quase nunca têm nomes próprios.
b) Personificações alegóricas: Deus, anjo, virtudes (Esperança etc.), estações do ano, planetas.
c) Personagens bíblicas e míticas: tomadas da História ou do mito.
d) Figuras