Teatro Experimental do Negro
DEPARTAMENTO DE MÚSICA E ARTES CÊNICAS
CURSO DE TEATRO
JULIANA M. FERREIRA PRADOS
RESENHA
“Teatro Experimental do Negro: trajetória e reflexões”
Abdias Nascimento
UBERLÂNDIA
JULHO 2011
Abdias Nascimento aborda inicialmente em seu texto a sua indignação ao assistir uma peça de Eugene Oneil em Lima-Peru, onde o personagem principal da peça era feito por um ator branco pintado de preto. Abdias longe de poder criticar a capacidade interpretativa do ator, começa a se questionar. Porque a necessidade de se pintar um ator branco de preto? Pela inexistência de intérpretes desta raça? Ou, não teriam atores negros capazes de exercer tal função? Em seus questionamentos começa a perceber que no Brasil, nunca havia assistido uma peça cujo papel principal fosse representado por um negro. O negro sempre representava papeis secundários ou como diz Abdias, papeis ridículos, brejeiros e de conotações pejorativas. Estas constatações de Nascimento, o fizeram regressar ao Brasil com uma meta, que seria criar um espaço de experimentação teatral aberto ao protagonismo do negro.
Então em 1944, surge no Rio de Janeiro o TEN- Teatro Experimental do Negro. O TEN se propunha a trabalhar pela valorização social do negro no Brasil, através da educação, da cultura e da arte, resgatando seus valores. Obviamente o TEN enfrentaria muitas tempestades em seu surgimento, mas também contou com o apoio de seus primeiros adeptos, dentre eles Ruth de Souza, que é hoje uma atriz de renome nacional.
O TEN cumpria um papel de escola do negro. Ao mesmo tempo em que alfabetizava aqueles que ainda não haviam tido acesso à educação, também lhes oferecia uma oportunidade de pensar criticamente a situação do negro no Brasil fazendo-o enxergar as suas necessidades enquanto ser social.
O TEN levou aos palcos brasileiros diversas peças teatrais, dentre elas O Imperador Jones, obra fundadora do Teatro Experimental do Negro, apresentada no Teatro