Teatro de samuel beckett
1968, p.346).
O Teatro do Absurdo, segundo Eslim, “representa uma volta à função original, religiosa, do teatro, ou seja a confrontação do homem com as esferas do mito e da realidade religiosa”. O autor afirma ainda que “o Teatro do Absurdo expressa a ausência de qualquer sistema cósmico de valores geralmente aceito”, concluindo que este tipo de teatro não pretende explicar os caminhos de Deus para com os homens, limitando-se a apresentar, com ansiedade ou ridículo, a intuição de um ser humano particular sobre essas realidades últimas segundo sua própria experiência, ou os frutos do mergulho de determinado homem às profundezas de sua personalidade, seus sonhos, suas fantasias e seus pesadelos. (ESLIM, 1968, pp. 348-9)
Nas peças do Teatro do Absurdo, o predicativo que o nomeia apresenta-se numa linguagem dramática anti-aristotélica, transfigurando as unidades de tempo e de espaço.
O enredo é escrito a partir de um outro referencial: o radical afastamento da dramaturgia convencional. Os diálogos são proferidos por uma comunicação truncada.
Explora a desfiguração da linguagem através do nonsense, do fantástico, do humor negro. Parte da obra significativa de Beckett foi pensada e/ou escrita entre os anos 40 e 50, como afirma o próprio autor: “Escrevi toda minha obra muito depressa, de 1946