Teatro Classico
Enquanto em Londres o teatro se revolucionava, alguns dramaturgos do Classicismo Francês disparavam sérias críticas a Shakespeare, por ignorar a Poética de Aristóteles. As unidades de tempo e espaço eram fundamentais na concepção dos franceses e o poeta inglês parecia desprezar esses elementos da tese aristotélica. Tendo o Rei Sol Luiz XIV como grande incentivador, os pensadores da Academia Francesa buscaram seguir de maneira fidedigna às concepções aristotélicas, mostrando-se, porém extremamente pernósticos em relação às obras escritas, simplesmente por não possuírem o grande vigor trágico que os atenienses possuíam. Porém o teatro francês não deixou de brilhar. Os autores Corneille (1606 – 1684), Racine e outros, obtiveram salvo-conduto dos críticos. Enquanto na Inglaterra o povo mais humilde lotava os teatros; na França, os teatros recebiam a nobreza francesa, com as roupas chiques, entradas triunfais e perucas enormes que demonstravam o momento absolutista. Durante os doze últimos anos de sua vida, Jean-Baptiste Molière (1622 – 1673) foi o artista mais aclamado por Luiz XIV, o que valeu a Molière o prestígio da corte de Versalhes, mesmo sendo um artista da classe média. Molière em seus textos não ia de encontro com o autoritarismo, de forma que logo conseguiu seu espaço nos chiques salões da corte e nos teatros. Porém Molière era um crítico que colocou em xeque alguns conceitos fortemente edificados da época, como em O Misantropo, onde faz fortes críticas à sociedade. Em O Tartufo, Molière mexe com os brios dos clérigos, causando certo descontentamento por parte da igreja. Outras peças em que o dramaturgo condena sua sociedade são Don Juan e O Burguês Fidalgo. Com a burguesia em alta, mantendo os cofres dos estados europeus, foi inevitável um aumento de peças teatrais voltadas para esse tipo de público. Assim, os temas das histórias apresentados nos palcos de Inglaterra, França, Itália e Alemanha eram todos constituídos ao redor do