Teatro Amar verbo intransitivo
[ Uma pensão, com uma penca de livros sobre a escrivaninha, um piano ,um retrato de Wagner, e o retrato de Bismarck. É noite]
CENA I
(Sousa Costa)
( Sousa Costa abre a porta e vai para o corredor colocando suas luvas) — Está frio.
(Elza ( Fraulien) )
(Fica na frente da porta) ( calma) — Estes fins de inverno são perigosos em São Paulo.
Fraulien — E, senhor... sua esposa? está avisada?
Sousa Costa — Não! A senhorita compreende... ela é mãe. Esta nossa educação brasileira... Além do mais com três meninas em casa !...
Fraulien — Peço-lhe que avise sua esposa, senhor. Não posso compreender tantos mistérios. Se é para bem do rapaz.
Sousa Costa – (insistindo) — Mas senhorita...
Fraulien ( Fala de um forma orgulhosa e serena )— Desculpe insistir. É preciso avisá-la. Não me agradaria ser tomada por aventureira, sou séria. E tenho 35 anos, senhor. Certamente não irei se sua esposa não souber o que vou fazer lá. Tenho a profissão que uma fraqueza me permitiu exercer, nada mais nada menos. É uma profissão.
(Sousa costa fica admirado e promete contar a sua mulher, e se despediu de Fraulien)
Cena II
[Um táxi para no portão da Vila Laura, o motorista coloca duas malas no chão. É terça-feira]
(Fraulien desce do táxi, e se ajeita)
( Sua malas foram carregadas pra dentro)
( Uma menina de 12 anos aparece na porta)
Menina (grita) — A governanta está aí! Mamãe! a governanta está aí! (A mãe da menina aprece para receber Fraulien)
Mãe — Já sei, menina! Não grite assim!
(Fraulien discute com o motorista sobre a corrida)
Motorista —... e com tantas malas, a senhora...
Fraulien — É muito. Aqui estão cinco. Passe bem. Ah, a gorjeta...
Cena III
[Casa de família burguesa, espaçosa, com um jardim grande]
( Fraulien entra na casa, e conversa com a Sonha Sousa Costa apresenta lhe apresenta a casa)
(O criado japonês leva suas malas até seu quarto e vira chama-la pro almoço)
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