TDAH
2.1. Histórico do TDAH
As primeiras referências ao Transtorno e Déficit de Atenção e Hiperatividade na literatura médica aparecem na metade do século XIX, sendo feitas descrições de crianças que apresentavam quadros semelhantes ao que se descreve atualmente como TDAH; essas descrições surgiram na literatura infantil alemã. Traduzidos para o português, e publicados no Brasil na década de 1950, com os nomes de “João Felpudo” e “Juca e Chico”, os livros descreviam crianças muito “danadas”, e com grande dificuldade para seguir as regras propostas pelos pais. Entretanto, somente no início do século XX começou-se a descrever o quadro clínico de uma maneira mais sistemática. Petry (1999).
Em 1902 o transtorno era considerado como sendo problemas de “inibição voluntária” e originados por “dificuldades do controle moral.
Em 1917, um médico chamado Von Economo fez a primeira descrição Clínica dessa patologia. Segundo ele:
“Temos nos deparado com uma série de casos nas instituições psiquiátricas que não fecham com nenhum diagnóstico conhecido. Apesar disso, eles apresentam similaridades quanto ao tipo de início do quadro e sintomatologia que nos força a agrupá-los em uma nova categoria diagnóstica. Estas Crianças parecem ter perdido a inibição, tornam-se inoportunas, impertinentes e desrespeitosas. São cheias de espertezas, muito falantes! ’
Na década de 20, observou-se que crianças que apresentavam encefalite latérgica tinham manifestações sintomáticas idênticas com às das crianças com comportamento instável, tentando associar assim manifestações da hiperatividade com lesões cerebrais. Como não foram detectados danos no tecido cerebral, sugeriu-se o termo Lesão Cerebral Mínima, Braga(1998).
Nos anos trinta, recuperou-se o interesse, mas centrando-se no componente da hiperatividade motora, considerando-se originados por alterações neurológicas, segundo apresentam Strauss e Lehtinen, em 1947. A idéia do componente motor