TDAH E A ESCOLA: UMA CRÍTICA DO DIAGNÓSTICO AO TRATAMENTO
TRATAMENTO
Lívia Resende de Miranda
Samira Paula Carvalho Pontes
Resumo: Este artigo apresenta inicialmente uma breve história do
Transtorno de Déficit de Atenção a Hiperatividade (TDAH) e a sua definição atual segundo o DSM-IV-TR. Em seguida, é lançada uma discussão crítica acerca de seu diagnóstico clínico. Posteriormente, tratamos de criticar seu tratamento medicamentoso muitas vezes indiscriminado. Por conseguinte, uma reflexão sobre a escola perante tal situação é realizada, uma vez que ela faz uso do diagnóstico do TDAH para se eximir de certas responsabilidades, já que ela não se faz capaz de falar a linguagem de seus alunos e de percebê-los como sujeitos de seu tempo.
Palavras-chave: Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade
(TDAH). Escola. Medicalização infantil.
Junto à família, os psicólogos já colaborariam se deixassem de emitir laudos sobre a criança que vai mal na escola, que insistem em depositar sobre ela as causas de seu fracasso. Se os psicólogos puderem perceber que, no momento, os comportamentos individuais são menos devidos a fatores psíquicos e mais à pressão social, colaborariam em não fazer da psicologia parte importante da ideologia moderna mas em construir um referencial crítico que a tornaria crítica àquilo mesmo que ela vem afirmando ser o indivíduo sem perceber que afirma a sua caricatura.
José Leon Crochík (1999)
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INTRODUÇÃO
Este artigo se refere à polêmica temática do Transtorno de Déficit de
Atenção e Hiperatividade (TDAH). Propusemos-nos a escrever sobre esse tema a partir da atual demanda encontrada no contexto escolar para os psicólogos que ali trabalham. Outro fator que nos motivou é o crescente consumo de psicotrópicos para o seu tratamento, principalmente o cloridrato de metilfenidato, especificamente a popular Ritalina®. Este medicamento por muitas vezes tem sido usado com outras finalidades, como por exemplo, por jovens que os