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O homem: ser completo, ser único

Ao longo da história da humanidade, a entidade “ser humano” passou por variadas etapas de ver a si mesmo e ver o outro. Nessa história de sua evolução, os conceitos sofriam ação direta do coletivo no qual o homem estava inserido: a sociedade. Essa mesma sociedade é mutável desde os primórdios, pois está sujeita às necessidades que cada período impõe. Até o desenvolvimento do sistema capitalista, o que o homem apresentava de si mesmo era o bastante. No filme “Os Deuses Devem Estar Loucos”, de Jamie Uys, uma tribo africana vive muito bem a experiência da coletividade até que aprende o valor de uma garrafa de Coca Cola vazia e descobre o egoísmo. Esse sentimento é o cerne do capitalismo em conjunto com o consumo exagerado.
O consumismo reflete a necessidade do ser humano de mostrar ao seu semelhante seu valor, que no atual sistema econômico não pode ser provado mais pelo que o ser é, apenas pelo que o ser tem. È uma visão bastante limitada do indivíduo. Na visão humanista, o homem é um ser único, completo em si mesmo, que se apresenta sob diversas dimensões. È um com suas crenças, com a sua fé e com o modo como vivencia sua realidade. Essa é a dimensão espiritual. Para vivenciar suas experiências espirituais, o homem não pode abstrair-se completamente da sua dimensão física. O corpo, a casca transitória de sua alma precisa funcionar adequadamente a fim de levar o ser humano à sua plenitude. Para tanto, não é possível tratar de seu físico com desrespeito. A “máquina” precisa de cuidado. Como vive em sociedade, o humano também é um em sua dimensão social, nas relações que constrói ao longo de sua existência. O outro é fundamental, porque ninguém vive só. É no outro que percebemos quem somos, é no olhar para o outro que o homem pode enxergar os defeitos que não atribui a si mesmo, mas que estão ali para serem tolerados. No outro ele também pode observar as virtudes, que nem sempre atribui a si mesmo, também. É no outro, na sociedade