TCC toxicomania uma forma de existir
A toxicomania para a Psicanálise O que é, afinal, o uso de drogas? Para que ele serve? Freud, no texto “O mal estar na cultura” (1930), define o uso de drogas como sendo uma tentativa de suspensão da existência frente à dor de existir. A cada desequilíbrio, as substâncias tóxicas agiriam como um quitapenas, ou seja, como uma proteção contra o tormento. A intoxicação seria uma forma de suportar o mal estar necessário imposto ao ser humano que vive em uma determinada civilização. Nunes (1999) traz a idéia da droga como uma tentativa de preencher a falta Simbólica do sujeito. A instalação da falta Simbólica inaugura, no sujeito, a possibilidade inconsciente de desejar, o que rompe com uma idéia de completude. Seja qual for o objeto, ele não recobre essa falta. Para o sujeito toxicômano, a falta inaugural não é passível de metaforização ao ser inscrita no Simbólico. Ela atende à exigência de um recobrimento Real, de um objeto, como a droga, para na ilusão de preencher a falta, restabelecer uma completude imaginária, evidenciando sua própria existência.
Costa (2004) complementa esta idéia. De acordo com este autor, o toxicômano busca repor a incompletude com objetos ideais; tenta defender-se da angústia com um objeto postiço. As drogas constituem uma promessa irrecusável de tapar esse buraco, impreenchível. É a falta significante, pela castração, que libera o sujeito da dessa necessidade postiça de completude. No toxicômano, tal busca de completude nos objetos (como as drogas) se repetirá infinitamente, na angústia do sujeito para encontrar o objeto que a causa. Essa busca totalizante dispensa o falante de confrontar-se com o desejo, pois o que ele não quer é, justamente, pagar o preço da castração.
As colocações de Conte (1994), vão ao encontro destas idéias. Quando o bebê diferencia-se da mãe pela intervenção da função paterna, esta divisão provoca-lhe uma falta, que funcionará como castração