TCC ABEL
A filariose linfática humana, também conhecida como elefantíase na sua fase crônica e sintomática, ocorre pelo parasitismo de helmintos das espécies Wuchereria bancrofti (Cobbold, 1877), Brugia malayi (Bulcley & Edeson, 1950) e Brugia timori (Partono, 1977).
Os primeiros relatos apontam a existência desta enfermidade entre hindus e persas há cerca de 600 a.C. (ORIHEL, 1985). Segundo LAURENCE (1968), é originária de Polinésia e existem evidências que foi introduzida mais tarde na China e outras regiões da Ásia, chegando em seguida ao continente Africano. Foi introduzida nas Américas, especialmente Antilhas e norte da América do Sul, através do tráfico de escravos da África (ORIHEL, 1985).
Formas do parasito foram inicialmente observadas por Demarquay em 1863 trabalhando em Paris, que demonstrou “embriões” (microfilárias) em líquido de hidrocele de um paciente procedente de Havana, Cuba (WENK, 1990). Em 1866, Otto Wucherer, trabalhando na Bahia, Brasil, observou microfilárias na urina de um paciente com quilúria e em 1872, T.R. Lewis, na Índia , identificou microfilárias no sangue periférico de um paciente e as denominou Filaria sanguinis hominis e, foi o primeiro a associar as microfilárias observadas com efeitos patogênicos (WENK, 1990). Os vermes adultos fêmeas forma primeiro observados por J. Bancrofti em 1876, e os adultos machos por Bourne em 1877, ambos extraídos de abscessos linfáticos humanos na Austrália e classificados por Cobbold em 1877 como Filaria bancrofti (FEIJÓ et al., 1986; WENK, 1990). Silva Araújo, no Brasil, naquele mesmo ano, antes de Cobbold, já havia descrito o gênero desses parasitos e o denominara Wuchereira em homenagem a Wucherer (FRANCO & SILVA-LIMA, 1967). Em 1878, na China, Manson, através de uma série de observações, conclui que a transmissão do parasito entre seres humanos ocorria através de mosquitos e naquela época se acreditava que a transmissão da infecção ocorria quando o indivíduo ingeria água contaminada com