Taxa de mortalidade
O Ceará sofre com os assassinatos encomendados. É a pistolagem. Nos últimos meses, 200 pessoas foram mortas em crimes desse tipo no estado. A caminhonete cravejada de balas é a imagem de um crime cada vez mais frequente no Ceará: o da pistolagem. Os tiros foram disparados por dois homens em uma moto. O alvo era o chefe da divisão de repressão ao contrabando da Receita Federal, José de Jesus Ferreira, responsável por diversas operações contra a pirataria no Ceará, no Maranhão e no Piauí.
Para a polícia, há indícios de que o auditor fiscal, que está internado em estado grave, seja a vítima mais recente dos crimes praticados por encomenda.
A chamada pistolagem, tradicionalmente comum em disputas de terra e brigas políticas no interior, tem se tornado mais frequente em grandes cidades como Fortaleza. A polícia não consegue esclarecer a maioria dos crimes.
São números assustadores. Entre os meses de julho agosto e setembro quase 135 pessoas foram assassinadas em crimes de encomenda, em Fortaleza. Média de 45 a cada mês. Em outubro, a média cresceu: 65 pessoas foram executadas pelos chamados pistoleiros.
"A grande arma que eu vejo para combater a execução extra-judicial é a investigação, a inteligência ", afirma o secretário de segurança pública Roberto Monteiro.
"O elo forte é o mandante. Não podemos mais ficar só tentando punir o pistoleiro que é o elo fraco do sistema de pistolagem", diz César Barreira, do Núcleo de Estudos da Violência da UFC.