TancredO Neves
O mercúrio é utilizado no processo de garimpagem em sua forma líquida para atrair o ouro diluído em um determinado solo, formando uma liga entre as substâncias. Os vapores do mercúrio produzidos nesse processo, bem como os restos do mercúrio presentes na lama que causam muitos problemas ao meio ambiente, como a poluição das águas pluviais (chuvas) e fluviais (rios) das áreas em que se desenvolvem o garimpo. A água também é utilizada na agricultura local, expondo o solo e consequentemente os alimentos agrícolas a contaminação pelo mercúrio. Giorgio de Tomi, diretor do Núcleo de Pesquisa para a Pequena Mineração Responsável da Universidade de São Paulo, explica que quando esse concentrado é queimado, o mercúrio evapora deixando apenas o ouro em seu estado bruto. A contaminação com a substância pode ocorrer de forma direta, por inalação, ou indireta após sua precipitação no solo ou ingestão de peixes contaminados pelo dimetilmercúrio.
Introdução do mercúrio nos animais e suas consequências
Por ser o único metal liquido na temperatura ambiente o mercúrio consegue se unir facilmente com o ouro. Os garimpeiros jogam o mercúrio junto do aurífero originando a formação do amálgma. Depois, esse amálgma é aquecido em altas temperaturas, e o mercúrio que tem o ponto de ebulição mais baixo se vaporiza, contudo, ocorre a fusão entre as partículas do ouro no fundo do recipiente. O excesso de mercúrio usado no processo de amalgmação é lançado diretamente no rio. O ataque de bactérias anaeróbicas, que vivem no fundo dos rios, pode transformar o metal em dimetilmercúrio, que passa a fazer parte da cadeia alimentar. A via preferencial de intoxicação humana pelo dimetilmercúrio ocorre por meio do consumo de peixes contaminados. Após ingerido independente da forma, o mercúrio é altamente tóxico, não é eliminado do organismo, ou seja, é acumulativo e quando atinge um certo nível causa doenças e disfunções graves