Tabus Acerca Do Magistério
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Tabus Acerca do Magistério Tabus significam, a meu ver, representações inconscientes ou pré-conscientes dos eventuais candidatos ao magistério, mas também de outros, principalmente das próprias crianças, que vinculam esta profissão como que a uma interdição psíquica que a submete a dificuldades raramente esclarecidas. Portanto utilizo o conceito tabu de um modo relativamente rigoroso, no sentido da sedimentação coletiva de representações que, de um modo semelhante àquelas referentes à economia, já mencionadas, em grande parte perderam sua base real, mais duradouramente até do que as econômicas, conservando-se porém com muita tenacidade como preconceitos psicológicos e sociais, que por sua vez retroagem sobre a realidade convertendo-se em forças reais. O professor é um herdeiro do scriba, do escrivão. O menosprezo de que é alvo tem raízes feudais e precisa ser fundamentado a partir da Idade Média e do início do Renascimento. Além disso, há que se acrescentar a influência de antigas referências de professores como escravos. O intelecto encontrava-se separado da força física. Este passado distante na história ressurge permanentemente.O menosprezo pelos professores que certamente existe na Alemanha,e talvez inclusive nos países anglo-saxônicos, poderia ser caracterizado como o ressentimento do guerreiro que acaba se impondo ao conjunto da população pela via de um mecanismo interminável de identificações. Movidos por rancor, os analfabetos consideram como sendo inferiores todas as pessoas estudadas que se apresentam dotadas de alguma autoridade, desde que não sejam providas de alta posição social ou do exercício de poder. O professor é o herdeiro do monge, depois que este perde a maior parte de suas funções, o ódio ou a ambigüidade que caracterizava o oficio do monge é transferido para o professor. A etnologia sabe que o curandeiro ou cacique tanto pode usufruir de honrarias quanto pode ser sacrificado em determinadas situações. A opinião pública não